A dignidade de um filósofo consiste, primeiramente, em uma crença na possibilidade de compreender e dizer o significado de sua experiência mais íntima. Sob a rubrica da verdade, conquistada por um discurso sustentado em um número de premissas fundamentais, ele como que abarca o conjunto dessas experiências num único sistema(*) , interligando proposições significativas e, conseqüentemente, deleitando certa imponência em seu labor e profundidade em seu talento filosófico. Com raras exceções, esse contador de estórias e histórias se utiliza de metáforas representativas de algum movimento que pensa ser capaz de revelar, vislumbrando apreendê-lo pelo esculpir semântico. Não obstante tal dificuldade, esforça-se cada vez mais em uma busca pela totalidade possível do saber. Obviamente que, antes mesmo de se mover por esta crença deliberada, já se reconhece deficitário em relação ao que pensa saber e aquilo que sofre ao viver. Talvez por isto tal crença seja alvo de qualificações que, por vez...
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