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Efêmero Haikai


Vossos olhos e vosso sorriso fugidio
A responsabilidade outorgada, transferida e pueril
Pertenceram-me mais que palavras proferidas
Pelos lindos lábios a conjugar meu ser servil.

Oh! Racionalidade discursiva...
Por que emudeceste diante do abismo da criação?
Por que sofreste com a miséria de tua condição?
Algo que não sabes o que é, se é que é, ou,.
se é que algo possa ser, autodenomina-se Tédio.

Será a possibilidade do dizível no limite do significado?
Ou será o inefável invadindo vosso sentido atordoado?
E a turbulência canórica desse teatro de emoções?
Inferno refletido ou reflexivo a subjugar as razões?

Impotência para melódia harmônica...
Conflito estético-moral....

Tu apenas sondas a condição de espectro espectadora,
Condenada que estás a sempre renascer,
Procurando o alto... Fugindo do cimento de seu renas...
Para que talvez possas, amenizando a dor da ausência,
Fugir à dor da presença!.

Diga-me!
Não temes minha invasão avassaladora?
Acaso... Sentes a dissipação de tua vida e a desejas?
És tão insana quanto qualquer forma...
Esculpir-te-ei pelo triste e frio socorro que ironizas...
Pintar-te-ei pela alegre e doce entrega com que atentas...
E que o efêmero Haikai,
Tanto quanto os desejos pelo ar
Possam servir-te para um instante de inspiração!

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