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Mostrando postagens de 2016

Sobre Neurose e Psicose

Freud escreveu um texto, no final de 1923, intitulado  Neurose e Psicose . Não se trata de uma abordagem pormenorizada a respeito do assunto. A intenção de Freud é mais atualizar a linguagem frente à teoria estrutural, apresentada em  O Ego e o Id  (1923), do que propriamente descrever em detalhes o que é, como funciona e quais os tipos de neurose e psicose que existem. Sendo assim, nem todas as formas de neurose e psicose são abordadas nesse texto, mas apenas a diferença geral entre ambas. Freud afirma que “a neurose é o resultado de um conflito entre o ego e o id, ao passo que a psicose é o desfecho análogo de um distúrbio semelhante nas relações entre o ego e o mundo externo” (FREUD, 1996, p. 167). O escritor austríaco faz referências às origens das neuroses transferenciais, afirmando que elas acontecem devido a uma recusa do  Ego  em aceitar um forte impulso instintual do  Id , impedindo-o de se escoar. O  Ego  se utiliza, nesse caso, do mecanismo de defesa chamado  repressão .

Psicanálise e a metáfora do copo

Imagine que cada pessoa seja como um copo; cada uma já nasce com certa dose de ansiedade lhe preenchendo. Umas estão naturalmente mais cheias que outras. Considere que essa dose inicial seja chamada de  ansiedade natural , já que ela está presente naturalmente como forma de combustível para que a vida aconteça. Imagine que em cada pessoa, principalmente nos 6 primeiros anos de sua vida, outra porção de ansiedade seja depositada, aumentando o nível inicial e preenchendo o copo quase que totalmente. Parte dessa dosagem é o resultado do contato que a criança tem com o mundo adulto. Considere que ela vivencie os desajustes, os valores e os conflitos do mundo adulto e da civilização, fazendo com que seu copo seja preenchido de mais ansiedade. Essa dose será chamada de  ansiedade histórica . Há um terceiro momento em que o copo é preenchido: trata-se das ansiedades adquiridas no dia a dia, como aquelas provenientes das humilhações sofridas no trabalho, das limitações da vida financ

Notas sobre Jung: Inconsciente Coletivo, Instintos e Arquétipos

O conceito de inconsciente para Carl Gustav Jung (1875-1961) é diferente do conceito de inconsciente para Sigmund Freud (1856-1939). Para Jung, ele é uma “fonte de criatividade e potencialidade”, de onde surgem os “impulsos que tomam forma na matéria, de acordo com o espaço e o tempo de uma pessoa”. Para Freud, ele é o “depositário de conteúdos reprimidos, imagens, vivências dolorosas cercadas pelos mecanismos de defesa do ego” (RAMOS, 2007: 183). O inconsciente pode ser agrupado, na teoria junguiana, em inconsciente coletivo e inconsciente pessoal (individual). O primeiro foi descoberto quando o autor percebeu, nos “delírios dos loucos”, que havia um “estoque coletivo de imagens e símbolos arcaicos” (HYDE, 2012: 59). Essas imagens continham uma realidade que recebeu o nome, em 1919, de  arquétipos . Esse termo foi utilizado para se referir a memória que atravessa atemporalmente os indivíduos. Junto com os arquétipos estão os instintos, que também pertencem universalmente a todos o

O Efeito Paliativo e seus Derivados no início do tratamento Psicanalítico

É possível observar um fenômeno singular acontecer, em alguns casos, nas primeiras sessões de psicanálise. É o que chamarei de  efeito paliativo  e seus derivados. O termo paliativo se origina do latim  pallium , que significa “encobrir” ou “amparar”. Quando uma pessoa decide procurar ajuda psicoterapêutica é porque está, via de regra, sentindo-se sobrecarregada de sofrimentos. A tomada de decisão de buscar ajuda pode ativar, de súbito, o  efeito paliativo , isto é, a pessoa pode sentir uma imediata melhora. A crença de que o terapeuta é alguém que lhe ajudará, na medida em que uma aliança terapêutica for construída, parece proporcionar, em alguns casos, a diminuição instantânea do sofrimento, gerando, com isso, alguns derivados desse  efeito paliativo : 1. Efeito Placebo: O termo placebo recebe, atualmente, várias designações. O significado que me valho é o de  disfarce e  dissimulação . É relativamente comum algumas pessoas disfarçarem de si mesmas que precisam se engajar

Psicoterapia e felicidade

Você já percebeu como muitas pessoas sofrem quando se deparam com fortes frustrações. Ninguém concorda, a princípio, com a ideia de que perder seja algo bom. O processo da perda acompanha o ser humano em todos os instantes da vida. Seja em nível fisiológico, social, afetivo ou existencial, essa é uma realidade que o indivíduo precisa aprender a reelaborar em todo o momento, como se fosse uma ordem ou imposição da própria natureza. A necessidade de se reposicionar diante dos problemas que não se escolheu sofrer faz parte do desafio. O corpo que envelhece e não responde mais aos desejos da mente, que, por sua vez, parece estar mais ávida de vida, de paixões e de experiências prazerosas. O corpo que adoece de uma hora para a outra, atrapalhando uma série de projetos e objetivos que ainda precisavam ser alcançados. Os acidentes que assaltam o indivíduo sem explicação aparente, causados, muitas vezes, pela negligência e irresponsabilidade dos outros, ou, simplesmente, causados por sit

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