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Mostrando postagens de junho, 2010

Fronteira

Deixaste-me na fronteira do ser e do nada Na contradição do que sou Palavras sem desejo Desejo sem palavras Como a lebre que foge, condenando a segui-la o caçador, desdenhando e temendo o atirador, com sua inteira astúcia e pavor, só o desejas enquanto por ardor!

Enigmática

Sensação enigmática temperada de satisfação se fez presença em mim. Aquele sono, sonho entorpecido, de súbito se desfez. Estava perplexo! Louca e desconhecida sobriedade vigorava em minhas reações. Estava sendo conduzido, num ritmo ora forte e rápido, ora suave e lento. Alheio expectador de mim mesmo, não conseguia inverter aquele domínio. Estava puro, entregue, Livre da escuridão de outrora. Pelejando comigo mesmo, afastei-me com gracioso sorriso. Atordoadamente respondi, depois que seu significado foi indagado: - és uma bruxa! Estranha e confusa resposta com a gratidão nevada da branca Como se estivesse adestrado, com um simples sinal, mergulhei novamente no poder mágico daqueles lábios que me hipinotizavam desenhando o sentido da vida

Poetiza

Tu, que existes em mim, acorrentada numa escura prisão, entregue, nos contornos sutis de lábios tão macios, a cento e cinquenta milhas de qualquer chão, criaste-nos em tão pontiagudos versos. Como posso me defender ou me recuperar se somente por ti existo? Que tamanha dependência é esta que me invade? Neste último suspiro desesperadamente imploro: - dê-me o esconderijo de tua proteção!

Vermelho

Atordoa-me de todas as formas Palavras, gestos, olhos e prozas Vestidos, algemas, rimas e costas Como sondas tão bem minha queda? Como mostra-nos com tamanha sutileza? És, sem dúvida, uma astuta pintora... E por falar nisso, que cor escolhestes hoje?

UEL

Mãos... Giz... Árvores... Escuridão.... Barulho de uma multidão!. Chuva... Sede... Vento... Sendo... Água escorrendo? Mesa... Cadeira... Vento... Movimento... Filosofias em casamento? Corpos... Lábios... Promessas... Desejos... Beijos em segredo!

Efêmero Haikai

Vossos olhos e vosso sorriso fugidio A responsabilidade outorgada, transferida e pueril Pertenceram-me mais que palavras proferidas Pelos lindos lábios a conjugar meu ser servil. Oh! Racionalidade discursiva... Por que emudeceste diante do abismo da criação? Por que sofreste com a miséria de tua condição? Algo que não sabes o que é, se é que é, ou,. se é que algo possa ser, autodenomina-se Tédio. Será a possibilidade do dizível no limite do significado? Ou será o inefável invadindo vosso sentido atordoado? E a turbulência canórica desse teatro de emoções? Inferno refletido ou reflexivo a subjugar as razões? Impotência para melódia harmônica... Conflito estético-moral.... Tu apenas sondas a condição de espectro espectadora, Condenada que estás a sempre renascer, Procurando o alto... Fugindo do cimento de seu renas... Para que talvez possas, amenizando a dor da ausência, Fugir à dor da prese

Resumo ANPOF 2010

De um ponto de vista cronologicamente inicial, A transcendência do Ego representa um protótipo dos grandes esforços sartrianos, durante aproximadamente 40 anos de produção intelectual, para compreender a subjetividade concreta. Contingência, refutação ao solipsismo, liberdade e responsabilidade são exemplos de alguns temas latentes nessa obra e que nunca foram abandonados por Sartre; pelo contrário, representam o horizonte de sua filosofia. Uma das mais relevantes características da nova diretriz da qual se insere seu pensamento é o abandono de um primado das filosofias do conhecimento para o encontro de um primado ético-existencial que é fundamentado, explorado e afirmado em cada uma de suas análises. Essa obra é iniciada com um breve resumo indicando o principal objetivo de Sartre: mostrar que, ao contrário da maior parte dos filósofos, muitos também psicólogos, o Ego não é uma estrutura nem formal e nem material da consciência: "ele está fora, no mundo ; é um ser do mundo,